Almejamos neste blog colectivo revelar Cabo Verde para além do horizonte da bolha chamada “all-inclusive resorts” e debater uma proposta de turismo apoiado nas características únicas ao caboverdiano, o nosso património cultural e a diversidade ecológica do arquipélago.

Missão: Descobrir as ilhas de Cabo Verde, a sua gente, musica, dança, tradições e vivenciar a morabeza criola.
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terça-feira, abril 16, 2013

CA SI NO


Primeiro Casino de Cabo Verde vai ser inaugurado em 2015 na ilha do Sal

Segundo nota publicada com grande destaque no "jornal da praça", O Governo de Cabo Verde acabou de assinar um Contracto de Concessão com a Royal Casino autorizando esta empresa a explorar os jogos de fortuna e azar no país durante 25 anos.

Além dos números do investimento e potenciais 5 dezenas de empregos, o artigo pouco mais acrescenta além do óbvio aumento mundial do número de jogadores de casino. E depois? Até onde isso interessa a Cabo Verde? Não será justo questionar quais seriam os limites de sustentabilidade em ilhas de reduzida dimensão como o Sal?

"A introdução dos jogos de fortuna ou azar em Cabo Verde é vista pelo Governo como um factor que trará um novo impulso na procura do arquipélago como destino turístico, criando novas oportunidades de negócios para as empresas que vão operar nesse sector, seja directa ou indirectamente." 

Não resta dúvida que o turismo de jogos tem o potencial de acelerar a dinâmica económica mas e as questões sociais? Na perspectiva da sustentabilidade do destino Cabo Verde é fundamental que a sociedade civil e os decisores públicos considerem os impactos negativo do turismo de jogos. A nível mundial as grandes questões relacionados aos casinos são largamente conhecidas: crime organizado, crimes urbanos contra pessoas e propriedades, roubos, arrombamentos, falências, questões familiares de roturas, abusos, depressão, suicídios ou separação entre outros "custos" sociais.

Pelo que se vamos ter casinos no arquipélago precisamos de mais jornalismo e melhor informação. A ser assim e até haver uma política sustentável para o turismo em Cabo Verde, diga NÃO AOS CASINOS!!

sábado, março 31, 2012

Dizem: "Cape Verde is top winter sun destinations" mas é bluff!!

Sustainability is a total must for Cape Verde Tourism
Foto: Miguel Monteiro




Interessante como a impressa cai no logro do lobby e faz do marketing jornalístico a noticia da temporada! É uma pratica comercial barata, o destino é apresentado como sedutor para garantir mais vendas e aí convém destacar rankings com critérios muito vagos de classificação. Tomar isso por noticia é amadorismo. Nada a ver com Jornalismo.



Em 2007, neste mesmo post que estou a re-escrever destaquei o seguinte:

"O sitetravelbite apresenta os destinos ensolarado de inverno ao mercado inglês e destaca o nosso país à frente de uma lista de destinos como Patagonia, Chile and Argentina, DominicaCaribbean, Darwin, northern AustraliaDohaQatar, La Palma, Canary Islands."


Em 2012 já tivemos sobre a imobiliária e esse que apresenta Cabo Verde entre destinos como o Dubai e New York. E agora mais este de 23 de Março: 

"HomeAway.co.uk recently welcomed the island group to its top ten holiday locations for the first time, and Skyscanner placed it among the top three emerging destinations.leia o artigo aqui.


Não seriam as instituições Caboverdianas a liderar esse processo e a administrar toda a lógica de promoção Institucional do destino? Nesse sentido quando o Turismo em Cabo Verde fosse reconhecido Internacionalmente seriam por critérios concretos relacionados à sustentabilidade, protecção ambiental, inclusão da população local, fomento do comercio local, da hotelaria nas comunidades e de um verdadeiro sentido de oferta turística à caboverdiana que faça o hospede querer voltar a viver a experiência de "cá estar" da autenticidade da morabeza.

Nada disso acontece  Ou seja de lá pra cá destacam o País e promovem a distribuição de turistas em exclusivo para os resorts da Boavista(47,2%)* e do Sal (42,9%)* enquanto do lado de cá continuamos com os mesmos problemas de fundo e todo o esforço de marketing que é feito via investimento público parece cair em saco roto. 

Se não somos nós a programar essa procura agravamos o actual risco de banalização do destino Cabo Verde. Esse "oba-oba" com a noticia distorce a realidade e continua-se a falar somente do que cresce e ignorando o que padece.  

*Dados do INE 2011

sexta-feira, março 02, 2012

Nu ka podi kema Morabeza!

Confesso que quando vi o video Strelistas apanhou-me no primeiro instante. Com aquela lente aberta e um trabalho de imagem muito criativo, o spot revela a beleza fantástica das ilhas, as pessoas, os lugares e elementos da cultura "di nos povo". Então fui vendo e pondo o crédito da "publicidade ao álcool" à parte, até que tornou-se tão banal que tirou o gosto ao filme.
imagem do video : "nos e strelista"
Partilhei o video na minha pagina do Facebook mas senti que tinha de pedir desculpa!.....a apologia que fizeram ao álcool borrou a fita. Mostra Cabo Verde sim, mas os brindes e essa cena do grupo" bebum" no bar?? A nos é Strelista?!! Foi mau!! Lamento ter partilhado mas reconheço que esta foi de muito mau gosto.

A questão é delicada. Trata-se de garantir a sustentabilidade do conceito associado à marca Cabo Verde e de proteger a autenticidade da MORABEZA. O valor do país e do seu povo é soberano, desse jeito banaliza!! É que não tem preço nenhum no mundo que pague a Cultura.

Turismo é oportunidade grande, esta a mudar a realidade do país e o potencial só é limitado pelos limites da sustentabilidade. Vamos pensar e proteger o que é nosso? A sério! Nu ka pode kema Morabeza!

*"Tud gril quebra sê pedra
Pamode manhã ka tem prutchida
Y no kema morabeza
Ma distinu triste d' ilheu
Y no spaia sês pontinha
Na pratu fundu sen ftur."


sexta-feira, fevereiro 17, 2012

Que turismo para Cabo Verde? Para onde vamos?


Qual é o futuro das chamadas ilhas de vocação turistica?*

Recentemente assisti à apresentação de um destacado promotor imobiliário que no âmbito do tema "Cabo Verde, os desafios do salto" debateu sobre uma estratégia para Cabo Verde.

Segundo o mesmo promotor, Cabo Verde está localizado no corredor do atlântico por onde circulam milhões de turistas por ano, que são absorvidos pelos principais destinos como sejam o Brasil, o Caribe e até Canárias e o sul da Penisula Ibérica.

Na visão deste, o turismo em Cabo Verde é marginal e incipiente, com menos de 0,5 milhão de turistas por ano e tendo os hotéis um taxa média de ocupação de 40%.

Portanto enquanto destino turistico estamos apenas a começar e ainda não somos suficientemente competitivo para concorrer com destinos consolidados. Afirmações que contrariam a euforia em torno do turismo enquanto solução para o desenvolvimento do país.

O modelo de hotel, sol e praia onde impera o "all inclusive" é na prática o único modelo disponivel, visto que o país não está preparado para receber turistas fora dos hoteis.

E o grave nisso é que as actividades economicas que poderiam estar a abastecer os hoteis quer a nível de produtos, quer a nível de serviços, não estão preparados para fornecer com qualidade, pelo que também ficam à margem desse apetecivel mercado.

Desconheço os dados mais recentes mas já em 2008 Cabo Verde recebeu cerca 333.4 mil turistas, agora imaginem o que isso representa em termos de refeições, serviços, tours etc., caso houvesse mais participação das empresas "di tera" no fornecimento aos hotéis.

Teriam imediatamente um novo mercado, naturalmente mais exigente, mas com maior poder de compra e apetência para o consumo do que o mercado doméstico.

Não resta dúvida que aí está uma grande oportunidade para as empresas nacionais exportarem aqui dentro e isso ilustra, a meu ver, a falta de conexão existente entre a chamada industria do turísmo e as restantes actividades económicas pelo que o incremento do número de hoteis e projectos nessa área já não ilude e até assusta.

O potencial do turismo funcionar como gatilho para a promoção da actividades económicas local é uma visão antes de tudo integrada Esta é a grande deficiência estratégica central. Concentrado nos investimentos hoteleiros, grande parte todo o esforço que o estado despende em recursos promocionais acaba beneficiando em exclusivo as grandes cadeias e o modelo all-inclusive numa escala desproporcional. Repare na distribuição de dormidas por tipo de unidade hoteleira. Já quase não temos pousadas. Quando vejo pousadas como a Residencial Nazare na cidade da praia, com uma qualidade excelente lutando para sobreviver... Isso é sustentável?

A agravar-se mais ainda há uma completa falta de sintonia com a cultura e o social. De que interessa conhecer uma terra e não se cruzar culturas e vivências?

Conforme Leão Correia e Silva, Cabo Verde vive ao longo da história, ciclos de oportunidades que se fecham sem que se consigam aproveita-las para catapultar as ilhar para um novo patamar de desenvolvimento. É assim desde o povoamento.

Na actual conjuntura o turismo é sem dúvida uma dessas janelas de oportunidades, mas dado o modelo em curso, a questão é para onde vamos?

terça-feira, fevereiro 14, 2012

O Precioso e o Cheque em Branco.

O Precioso. Créditos: Miguel Monteiro



Esse é o Precioso! O meu irmão fez essa foto na Boavista e quando eu vi, lembrei-me logo das minhas férias de infância na Boavista. Lembrei-me de episódios únicos como assistir a luta das tartaruginhas a furar a casca e a atitude de empreendedora  de pular e contornar obstáculos rumo ao mar. É como se obedecem a um game plan definido no ciclo da vida que garante a sobrevivência da especie e contribui para o equilíbrio dessa biodiversidade. 

Infelizmente tem muita gente de olho no Precioso e apesar de uma maior protecção legal e institucional as ameaças à protecção desta espécie está a cada dia mais ameaçada. Tudo bem o Precioso tem um monte de inimigos dentro de água mas com esses a tartaruga usa a carapaça para se defender e à medida que vai crescendo nem os tubarões metem medo. Se fosse esse o problema estava tudo equilibrado e em harmonia.

O problema do Precioso é nosso também. Estamos todos expostos à sorte ao azar e à oportunidade de quem for o mais esperto a lançar mão aos nossos recursos para enriquecimento exclusivo. Enquanto os operadores nacionais são deixados à margem há investidores internacionais a aproveitarem-se do "abre pé" para se instalarem da maneira que melhor lhes convém. Além da construção de hotéis em zona privilegiada (no meio das dunas, em cima das praias) ainda beneficiam-se das condições extraordinárias de atracção do investimento externo. 
Google Earth View - Costa Sul da Boavista. Na linha da praia ao centro está o III RIU  Touareg da Boavista

Recentemente o Ministro do Turismo admitiu em entrevista à RTC que o Ministério ainda não tem um plano de acção. Esse navegar sem bússola é uma irresponsabilidade e evidencia uma visão reducionista do potencial de Cabo Verde enquanto destino turístico. As facilidades concedidas orientam-se para a realização de liquidez financeira a curto prazo e hipotecam permanentemente o desenvolvimento equilibrado dos recursos naturais, alienam o potencial da economia local e o seu entorno socio-cultural.  


Pior para nós é que, ao contrário do Governo, os investidores parecem ter um game plan. O hotel da imagem acima é o RIU TOUAREG que foi concluído à um ano. O 3o da Boavista e o 5o de Cabo Verde. Localizado mesmo em cima da Praia de Lacacão que é considerado um dos santuários de nidificação da espécie carreta-carreta. É também um ecosistema riquíssimo constituído pelas praias mais extensas de Cabo Verde onde se incluí a praia de Curral Velho e Santa Mónica.

Alguém que explique o porquê tanta exclusividade?

Claro que já há muitas vozes a se levantarem para fazer frente à problemática do turismo e há muito mais conscientização para as questões de impacto ambiental. Mas enquanto sociedade, os caboverdianos não tem sabido fazer frente a essas questões, estamos mudos. Desse modo o esforço de ONG's como o Natura 2000 para monitorar e desenvolver iniciativas que minimizem o impacto da actividade turística no ambiente ficam cada vez mais pressionados e isolados na sua acção.

Fatalmente estamos a perder terreno. Acabou de ser anunciado aqui que o RIU, Resorts & Hotels assinou um contrato com o Natura 2000 e passa a ser o único representante legal do projecto no país respondendo por todas as questões ambientais, negociando com o Governo e outras entidades ou fundações. 

O acordo prevé em troca uma contribuição anual ao Natura 2000 que continuará a fazer estudos e as auditórias em relação à protecção ambiental especificamente relacionadas ao trabalho que se tem feito com as tartarugas. A RIU, Resorts & Hotels se propõe a envolver-se activamente na protecção ambiental. Deixo as contrapartidas para vossa interpretação. 

"RIU guests will also have the opportunity to participate actively in environmental protection activities. Once a week, the hotels’ theatres will show a documentary on biodiversity in Boavista, while their entertainment department will organise educational games for children, and also turtle outings and releases for all guests. In addition to this, all guests will receive information on the activities of Natura 2000 who organise voluntary programmes and different initiatives throughout the year, which can involve visitors as well as the local population."

Comparado com o valor do trabalho da ONG que trabalha à 12 anos na protecção da espécie, essas contrapartidas são ridículas e vão criar mais espaço de manobra ao investidor para continuar a usufruir em exclusivo da terra dos nossos avós. De outro modo se de facto há essa consciência ecológica a RIU não precisa ser dono do PROJECTO NATURA 2000 mas antes devem assumir verdadeiramente a responsabilidade social. Ex.: Segundo relatado por jornalistas no terreno o lixo acumulado pela dinâmica dos 16 vôos semanais que chegam à ilha amontoam-se numa extensão de 5km e já é considerado a maior lixeira de Cabo Verde. Isso a escassos quilómetros do Resort.

Assim não nos iludamos. O acordo com o NATURA 2000 é antes um duro golpe. Um cheque em branco. Contrata um dos principais parceiros na área ambiental do país e depois de 5 resorts almeja agora é dar o cheque mate e invadir definitivamente o ninho do Precioso. Desculpa mas não tem preço.

"Ta flado ma na tera di segu, kololo e Rei ma guentis Turismo Sustentável é precioso dimas pa nu dexa bai!

segunda-feira, janeiro 23, 2012

Uma verdadeira ponte precisa-se!

Turismo enquanto força motora do desenvolvimento ou enquanto divisor de águas?

Quando se fala na sustentabilidade do turismo recordo-me da afirmação de um especialista de que a actividade, no seu todo, tem de beneficiar o visitante e o residente. O desiquilibrio nas condições de oferta exclusivas para beneficio do visitante compromete o potencial do destino. A busca de um honesto equilíbrio na oferta turistica que tenha em conta a realidade da economia local, os valores culturais e os recursos ambientais é fundamental para a integração do turismo com a economia real.

Em Cabo Verde, apesar do discurso político de "estarmos a caminhar para a sustentabilidade", vivemos a dicotomia e a coexistência em paralelo da economia do turismo e da economia local. Apesar do peso do turismo no PIB o modelo "all-inclusive" é o grande motor que movimenta cerca de 300.000 turistas anuais e a meta do governo é incrementar esses números e atingir os 500.000 turistas nos próximos 2 anos. Contudo para a economia local esses números pouca diferença fazem. O all-inclusive é também all-exclusive em relação à realidade local e nesse caminho não se perspectiva nenhuma forma de integração das peças que fazem movimentar a economia local com o turismo.

Neste cenário todo o ganho deste modelo de oferta turística está no "cash" que se gera a curto prazo descurando todo e qualquer malefício presente ou futuro. Enquanto isso o desemprego, a pobreza, as perturbações sociais, a criminalidade, a degradação ambiental e o agravamento dos velhos problemas relacionados à insularidade avolumam-se e agravam-se com a falta de uma estratégia integrada de desenvolvimento.

É fundamental reverter esse cenário. A actividade turística é de tal forma transversal que afecta toda a actividade económica: da agricultura aos serviços toda a sociedade pode se beneficiar de uma verdadeira integração dos recursos da oferta turística. Pelas especificidades e diversidade da procura turística este sector  pode funcionar como o gatilho para o desenvolvimento. Se verdadeiramente houver uma aposta numa visão de desenvolvimento que tenha o turismo como ancora poderemos atacar os problemas do país de forma estratégica e integrada com o esforço que cada profissional exerce na labuta diária. Cada sector de actividade, cada empresa, cada estudante, cada familia e cada caboverdiano esclarecidos quanto a um propósito comum. Para além da remuneração directa o recém graduado em hotelaria precisa compreender o sentido do atendimento e como o sua boa prestação reflecte-se no sucesso do destino Cabo Verde. Essa busca pela qualidade passa por um sentido de missão e alinhamento de esforços.

Mas para começar essa prática requer um discurso ético. O estado enquanto promotor tem de assumir o discurso da sustentabilidade na prática. Discursos e planos sobre a sustentabilidade não estão reflectidos na prática e nem estamos para aí a caminhar se as condições que se tem criado beneficiam primeiro e unicamente o modelo all-inclusive descurando-se as necessidades locais.

Para além das insuperáveis condições de atracção do investimento externo, quando o governo investe na promoção do destino Cabo Verde, disponibilizando orçamentos para publicidade e outros recursos de comunicação está a beneficiar directamente os grandes operadores que já tem montado uma cadeia de atracção de turistas dos mercados de massa para os grandes resorts no Sal e na Boavista. Nessas condições como o privado nacional pode competir? 

De outro modo o enfoque na sustantabilidade está baseado em standards internacionais definidos por entidades que certificam a qualidade de um destino. A certificação abre caminho para mercados turísticos muito especificos. Certamente mais exigentes quanto à qualidade do destino, mas mais diversificados, interessados na qualidade de vida da população local e com elevado poder de compra. É o turismo responsável conhecido também como o turismo ecológico. 

Em Cabo Verde, pelas especificidades das ilhas a actividade económica, qualquer que ela seja, tem de ser profundamente responsável. O modelo all-inclusive pode coexistir com outras formas mais sustentáveis de oferta turistica mas tem de assumir a responsabilidade social. A implantação dos mega resorts na Boavista e os planos para a instalação de mais hoteis tendo em vista unicamente os números é a evidência da política real que existente no país. Consequentemente os problemas do país continuam a avolumar-se, os esforços multiplicam-se mas soluções parecem andar a passo de tartaruga ou de acordo com a politica neo-liberal a aguardar que a "mão-invisível" funcione.

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